CRÔNICAS ESPORTIVAS
AUTOR: Celi Zulke Taffarel Email: taffarel@ufba.br Página: http://www.rascunhodigital.faced.ufba.br/
Data da publicação: 28-08-2012
Por: Celi Zulke Taffarel – Professora Dra. Titular LEPEL/FACED/UFBA
Faltam
1.444 dias para a abertura dos JOGOS OLÍMPICOS de
2016 no Rio de Janeiro/Brasil. São quatro anos de investimentos no Esporte
para chegarmos a 2016. Serão quatro anos de aplicação de verbas públicas no
Esporte visando as Olimpiadas. Os Jogos Olímpicos de 2012 foram realizados na
capital do Reino Unido, Londres, de 27 de Julho a 12 de Agosto de 2012, e
serão seguidos pelos Jogos Para-Olímpicos, que vão decorrer entre 29 de
Agosto e 9 de Setembro. Londres é a primeira cidade a sediar oficialmente os
Jogos Olímpicos da era moderna por três vezes, tendo as anteriores sido em
1908 e 1948. Mas antes de vermos realizados os primeiros jogos sob os
auspícios do Comite Olimpico Internacional, sediados no estádio Panathinaiko
em Atenas, em 1896, jogos que trouxeram catorze nações e 241
atletas que competiram em 43 eventos, ocorreram entre 1862 e 1867, em
Liverpool, anualmente, os Grand Olympic Festival, idealizados po Johan Hulley
e Melly Charles. Esses jogos foram os primeiros a serem totalmente amadores em
sua natureza e de perspectiva internacional. No Brasil, será a primeira vez
que ocorrerão Jogos Olimpicos, portanto, sem tradição nenhuma. Temos que nos
perguntar por que é mesmo que fizemos questão do evento em 2016 ocorrer no
Brasil? Por que vamos gastar mais de 30 bilhões para realizar Jogos
Olimpicos? Não teriamos outras prioridades? Vamos aprovar o emprego de verbas
públicas vultuosas, anualmente, para realizar os Jogos Olimpicos de 2016? Uma
pesquisa do The Guardian, segundo Luiz Ricardo Leitão, em sua Cronica
publicada no Jornal Brasil De Fato de 23 a 29 de agosto de 2012, Ano 10, N.
495, diz que a maioria dos britânicos aprovou a conta de 9 bilhões de libras
( R$ 30 bilhões de reais). Mas lá, os britânicos passaram quatro anos
refletindo sobre "Por que queremos
receber os
Jogos Olímpicos? A aprendizagem
dos britânicos que já realizaram três vezes Jogos Olimpicos em suas terras, e
muitos e muitos festivais olimpicos, é que "É
preciso ter uma visão durante o período de preparação". Londres
fez isso. Durante anos, precisou descobrir o motivo, a essência que a levava
a se lançar a tamanho esforço coletivo de superação e transformação. Para o
Brasil o recado é o mesmo. Nós Brasileiro precisamos descobrir o que queremos
a partir dos Jogos Olímpicos, para que eles sirvam ao próprio país. Portanto,
temos que nos perguntar seriamente, sobre as verbas públicas empregadas no
Esporte no Brasil. Por enquanto podemos afirmar que não existem evidencias
que as verbas públicas estão sendo aplicadas para, efetivamente, beneficiar
as amplas massas de trabalhadores no Brasil,
com esporte educacional de base, com esporte de lazer de qualidade, com
esporte relacionado ao bem estar geral. Por enquanto as verbas públicas,
prioritariamente, estão sendo aplicadas para o esporte de alto rendimento, o
esporte espetáculo, para o esporte para o público. Para atender amplos
setores com esporte educacional, de lazer, de saúde, são necessárias verbas
públicas para o setor público. Para exemplificar menciono as verbas
necessárias para a criação do Instituto de Ciências do Esporte (ICE) e para a
construção do Complexo Esportivo Educacional da UFBA, para desenvolver
ciência e tecnologia dos esportes e atender amplos setores da população com
práticas corporais regulares, permanentes, educativas, de lazer e esportivas
de alto rendimento. Esta obra requer, aproximadamente, cem milhões de reais
de verbas públicas, para se materializar. Daqui até 2016 teremos quatro anos
de aprovação de Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que ocorrem em meados
de julho. Em final de agosto é enviada ao legislativo, pelo executivo, a peça
orçamentária que preve aplicação de verbas públicas. Para exemplificar
menciono que, em dezembro de 2011, foi aprovado a peça orçamentaria para
2012. Ela previa a aplicação de 0,17% do orçamento em Dsporte e lazer. Por
outro lado, são previstos 47% dos recursos para pagamento e rolagem de juros
e dividas, ou seja, para beneficiar o setor especulativo da economia, o setor
parasitário da economia. No final de 2012, uma vez com os dados em mãos sobre
o executado, poderemos avaliar este montante de verbas públicas e sua
aplicação. Teremos quatro anos de aprovação do orçamento da união, quatro
anos de verbas públicas aprovadas e verbas púbicas aplicadas. Teremos a
oportunidade de acompanhar este processo para realizarmos o balanço.
Continuemos....
|
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)